segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

A BÍBLIA E O CELULAR

JÃ imaginou o que aconteceria se tratássemos a nossa Bí­blia do jeito que tratamos o nosso celular?
E se sempre carregássemos a nossa Bí­blia no bolso ou na bolsa?
E se dessemos umas olhadas nela várias vezes ao dia?
E se voltássemos para apanhá-la quando a esquecemos em casa, no escritório... ?
E se a usássemos para enviar mensagens aos nossos amigos?
E se a tratássemos como se não pudéssemos viver sem ela?
E se a colocassemos para nos despertar todas as manhãs?
E se a déssemos de presente às crianças?
E se a usássemos quando viajamos?
E se lançássemos mão dela em caso de emergência?
Mais uma coisa: Ao contrário do celular, a Bí­blia não fica sem sinal. Ela "pega" em qualquer lugar. Não é preciso se preocupar com a falta de crédito porque Jesus já pagou a conta e os créditos não têm fim. E o melhor de tudo: não cai a ligação e a carga da bateria é para toda a vida.
"Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto"! (Isaias 55:6)

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Escolher a vida

A dimensão ética por excelência é a defesa da vida. E a vida não comporta adjetivos. Vida de pobre ou vida de rico. Pele preta ou branca. Índio ou urbano. Simplesmente vida. Para a ética não há adjetivos para qualificá-la. O valor da vida transcende os adjetivos. Ela se define por ela mesma.
Por isso, a ética é intransigente. Soberana. Não cabe qualquer tipo de questionamento. Em todas as circunstâncias ela se impõe. Pode-se perguntar: não seria o aborto um direito da mulher? A vida não cresce dentro dela e por ela? Esse argumento não tem sustentação do ponto de vista biológico. A vida está nela. Não é dela. Segundo, não se pode determinar, à priori, qual o destino de uma vida humana. Que os pais sendo pobres, terão filhos miseráveis, que os pais sendo apaniguados, os filhos terão futuro feliz. O amanhã do ser humano transcende esses parâmetros. Afinal, para que serve o ser humano? Qual a sua finalidade?
Há os que pensam em lutar. Os que constroem a paz. Mas, esse destino é sempre posterior ao nascer. Não se estabelece no ato da procriação. Por isso, a vida não pode ser julgada ou simplesmente cancelada por estar numa perspectiva que imaginamos como futuro improvável.
Doutra parte, precisamos respeitar mais a vida. Ela não pode ser pautada pelo ter. O dinheiro não pode mesurá-la. Nem comporta o argumento de utilidade para uma vida humana. Como se podéssemos falar em vida usada ou vida imprestável. Nenhuma vida é descartável. Todas são possuídas de uma chama que não pertence a qualquer outro ser humano. Pior ainda, não deve sujeitar-se a um poder interposto: o Estado, um plano de saúde, um ato médico, etc.
Como lembrava Santo Agostinho, a vida não se acaba. Fica num lugar indizível. Mas, continua vida, alma, espírito, qualquer coisa que transcende o simples fim. "Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho..."
Estas reflexões surgem agora, quando sou levado a pensar na Campanha da Fraternidade (CNBB) deste ano, com o tema "Fraternidade e Defesa da Vida" e o lema "Escolhe, pois, a vida".
Antonio Mourão Cavalcante

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Temas da Campanhas da Fraternidade

Ao longo dos mais de trinta anos de Campanha, podemos destar os seguintes temas e fases:

Primeira fase: Em busca da renovação interna da Igreja

1964 - tema: Igreja em Renovação/ Lema: Lembre-se: você também é Igreja
1965 - tema:
Paróquia em Renovação/ Lema: Faça de sua paróquia uma Comunidade de , culto e amor
1966 - tema: Fraternidade/ Lema: Somos responsáveis uns pelos outros.
1967 - tema: Co-responsabilidade/ Lema: Somos todos iguais, somos todos irmãos.
1968 - tema: Doação/ Lema: Crer com as mãos.
1969 - tema: Descoberta/ Lema: Para o outro, o próximo é você.
1970 - tema: Participação/ Lema: Participar.
1971 - tema: Reconciliação/ Lema: Reconciliar.
1972 - tema: Serviço e Vocação/ Lema: Descubra a felicidade de servir.


Segunda fase: A Igreja Católica preocupa-se com a realidade social do povo, denunciando o pecado social e promovendo a justiça (Concílio Vaticano II, Conferência de Medellín e Conferência de Puebla


1973 - tema: Fraternidade e Libertação / Lema: O egoísmo escraviza, o amor liberta
1974 - tema: Reconstruir a Vida / Lema: Onde está teu irmão?
1975 - tema: Fraternidade é Repartir / Lema: Repartir o Pão
1976 - tema: Fraternidade e Comunidade / Lema: Caminhar juntos
1977 - tema: Fraternidade na Família / Lema: Comece em sua casa
1978 - tema: Fraternidade no Mundo do Trabalho/ Lema: Trabalho e justiça para todos
1979 - tema: Por um mundo mais humano / Lema: Preserve o que é de todos
1980 - tema: Fraternidade no mundo das Migrações Exigência da
Eucaristia / Lema: Para onde vais?
1981 - tema: Saúde e Fraternidade / Lema: Saúde para todos
1982 - tema: Educação e Fraternidade / Lema: A verdade vos libertará
1983 - tema: Fraternidade e Violência /Lema: Fraternidade sim, violência não
1984 - tema: Fraternidade e Vida /Lema: Para que todos tenham Vida


Terceira fase: A Igreja Católica volta-se para situações existenciais do povo brasileiro


1985 - tema: Fraternidade e fome / Lema: Pão para quem tem fome
1986 - tema: Fraternidade e terra / Lema: Terra de Deus, terra de irmãos
1987 - tema: A Fraternidade e o Menor / Lema: Quem acolhe o menor, a Mim acolhe
1988 - tema: A Fraternidade e o Negro / Lema: Ouvi o clamor deste povo!
1989 - tema: A Fraternidade e a Comunicação /Lema: Comunicação para a verdade e a paz
1990 - tema: A Fraternidade e a Mulher / Lema: Mulher e homem: imagem de Deus
1991 - tema: A Fraternidade e o Mundo do Trabalho / Lema: Solidários na dignidade do trabalho
1992 - tema: Fraternidade e Juventude / Lema: Juventude - caminho aberto
1993 - tema: Fraternidade e Moradia / Lema: Onde moras?
1994 - tema: A Fraternidade e a Família / Lema: A família, como vai?
1995 - tema: A Fraternidade e os Excluídos / Lema: Eras tu, Senhor?
1996 - tema: A Fraternidade e a
Política / Lema: Justiça e paz se abraçarão!
1997 - tema: A Fraternidade e os Encarcerados / Lema: Cristo liberta de todas as prisões.
1998 - tema: Fraternidade e educação / Lema: A serviço da vida e da esperança
1999 - tema: Fraternidade e os
desempregados / Lema: Sem trabalho... Por quê?
2000 (ecumênica) - tema: Dignidade humana e paz / Lema: Novo milênio sem exclusões
2001 - tema e lema: Vida sim, drogas não! /
2002 - tema: Fraternidade e povos indígenas / Lema: Por uma terra sem males!
2003 - tema: A fraternidade e as pessoas idosas / Lema: Vida, dignidade e esperança.
2004 - tema: A fraternidade e a
água / Lema: Água, fonte de vida.
2005 - tema: Campanha da fraternidade ecumênica / Lema: Felizes os que promovem a paz!
2006 - tema: Fraternidade e pessoas com deficiência / Lema: Levanta- te e vem para o meio!
2007 - tema: Fraternidade e Amazônia/Lema: Vida e missão neste chão. 2008 - tema:


2008 - tema: Fraternidade e Defesa da Vida /Lema: Escolhe, pois, a Vida

O objetivo da Campanha é despertar a solidariedade dos seus fiéis e da sociedade em relação a um problema concreto que envolve a sociedade brasileira, buscando caminhos de solução, ao analizarmos os temas vemos o quã a igreja se preocupa, o quão foi feito e o muito qeu ainda há pra se fazer.

Pense bem, será que fizemos o que a Campanha propõe, será que teremos que voltar os temas????


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Quaresma

Como viver bem esse tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola?

Neste tempo especial de graças que é a Quaresma devemos aproveitar ao máximo para fazermos uma renovação espiritual em nossa vida. O Apóstolo São Paulo insistia: "Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!" (2 Cor 5, 20); "exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação." (2 Cor 6, 1-2).
Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. Daí surgiu a Quaresma.
Na Quarta-Feira de Cinzas, quando ela começa, os sacerdotes colocam um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis na Missa. O sentido deste gesto é de lembrar que um dia a vida termina neste mundo, "voltamos ao pó" que as cinzas lembram. Por causa do pecado, Deus disse a Adão: "És pó, e ao pó tu hás de tornar". (Gênesis 2, 19)
Este sacramental da Igreja lembra-nos que estamos de passagem por este mundo, e que a vida de verdade, sem fim, começa depois da morte; e que, portanto, devemos viver em função disso. As cinzas humildemente nos lembram que após a morte prestaremos contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens, etc.
Esses quarenta dias, devem ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola ('remédios contra o pecado'). É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a vida dos Santos, viver um pouco de mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos, a TV, alguma diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as fraquezas da carne.
Na Oração da Missa de Cinzas a Igreja reza: "Concedei-nos ó Deus todo poderoso, iniciar com este dia de jejum o tempo da Quaresma para que a penitência nos fortaleça contra o espírito do Mal".
Sabemos como devemos viver, mas não temos força espiritual para isso. A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim.
Quaresma é um tempo de "rever a vida" e abandonar o pecado (orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, pornografia, sexismo, gula, ira, inveja, preguiça, mentira, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: "Vigiai e orai, porque o espírito é forte mas a carne é fraca".
Embora este seja um tempo de oração e penitência mais profundas, não deve ser um tempo de tristeza, ao contrário, pois a alma fica mais leve e feliz. O prazer é satisfação do corpo, mas a alegria é a satisfação da alma.
Santo Agostinho dizia que "o pecador não suporta nem a si mesmo", e que "os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria". A verdadeira alegria brota no bojo da virtude, da graça; então, a Quaresma nos traz um tempo de paz, alegria e felicidade, porque chegamos mais perto de Deus.
Para isso podemos fazer uma confissão bem feita; o meio mais eficaz para se livrar do pecado. Jesus instituiu a confissão em sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da Ressurreição (Jo 20,22) dizendo-lhes: "a quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados". Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência.
Jesus quis que nos confessemos com o sacerdote da Igreja, seu ministro, porque ele também é fraco e humano, e pode nos compreender, orientar e perdoar pela autoridade de Deus. Especialmente aqueles que há muito não se confessam, têm na Quaresma uma graça especial de Deus para se aproximar do confessor e entregar a Cristo nele representado, as suas misérias.
Uma prática muito salutar que a Igreja nos recomenda durante a Quaresma, uma vez por semana, é fazer o exercício da Via Sacra, na igreja, recordando e meditando a Paixão de Cristo e todo o seu sofrimento para nos salvar. Isto aumenta em nós o amor a Jesus e aos outros.
Não podemos esquecer também que a Santa Missa é a prática de piedade mais importante da fé católica, e que dela devemos participar, se possível, todos os dias da Quaresma. Na Missa estamos diante do Calvário, o mesmo e único Calvário. Sim, não é a repetição do Calvário, nem apenas a sua "lembrança", mas a sua "presentificação"; é a atualização do Sacrifício único de Jesus. A Igreja nos lembra que todas as vezes que participamos bem da Missa, "torna-se presente a nossa redenção".
Assim podemos viver bem a Quaresma e participar bem da Páscoa do Senhor, enriquecendo a nossa alma com as suas graças extraordinárias; podendo ser melhor e viver melhor.

http://www.cancaonova.com/portal/canais/formacao/internas.php?e=8321


Texto recomendado por Ludimila Flora

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Quarta-feira de Cinzas

Com a imposição das cinzas, inicia-se uma estação espiritual particularmente relevante para todo cristão que quer se preparar dignamente para viver o Mistério Pascal, quer dizer, a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor Jesus.
Este tempo vigoroso do Ano litúrgico se caracteriza pela mensagem bíblica que pode ser resumida em uma palavra: " matanoeiete", que quer dizer "Convertei-vos". Este imperativo é proposto à mente dos fiéis mediante o austero rito da imposição das cinzas, o qual, com as palavras "Convertei-vos e crede no Evangelho" e com a expressão "Lembra-te de que és pó e para o pó voltarás", convida a todos a refletir sobre o dever da conversão, recordando a inexorável caducidade e efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte.
A sugestiva cerimônia das cinzas eleva nossas mentes à realidade eterna que não passa jamais, a Deus; princípio e fim, alfa e ômega de nossa existência. A conversão não é, com efeito, nada mais que um voltar a Deus, valorizando as realidades terrenas sob a luz indefectível de sua verdade. Uma valorização que implica uma consciência cada vez mais diáfana do fato de que estamos de passagem neste fadigoso itinerário sobre a terra, e que nos impulsiona e estimula a trabalhar até o final, a fim de que o Reino de Deus se instaure dentro de nós e triunfe em sua justiça.
Sinônimo de "conversão", é também a palavra "penitência" …
Penitência como mudança de mentalidade. Penitência como expressão de livre positivo esforço no seguimento de Cristo.
Tradição
Na Igreja primitiva, variava a duração da Quaresma, mas eventualmente começava seis semanas (42 dias) antes da Páscoa.
Isto só dava por resultado 36 dias de jejum (já que se excluem os domingos). No século VII foram acrescentados quatro dias antes do primeiro domingo da Quaresma estabelecendo os quarenta dias de jejum, para imitar o jejum de Cristo no deserto.
Era prática comum em Roma que os penitentes começassem sua penitênica pública no primeiro dia de Quaresma. Eles eram salpicados de cinzas, vestidos com saial e obrigados a manter-se longe até que se reoconciliassem com a Igreja na Quinta-feira Santa ou a Quinta-feira antes da Páscoa. Quando estas práticas caíram em desuso (do século VIII ao X) o início da temporada penitencial da Quaresma foi simbolizada colocando cinzas nas cabeças de toda a congregação.
Hoje em dia na Igreja, na Quarta-feira de Cinzas, o cristão recebe uma cruz na fronte com as cinzas obtidas da queima das palmas usadas no Domingo de Ramos do ano anterior. Esta tradição da Igreja ficou como um simples serviço em algumas Igrejas protestantes como a anglicana e a luterana. A Igreja Ortodoxa começa a quaresma a partir da segunda-feira anterior e não celebra a Quarta-feira de Cinzas.

Texto extraído do livro: O tempo da Quaresma