segunda-feira, 31 de março de 2008

Felicidade

A exemplo de Santo Expedido, comemorado o mês de abril, no dia 19, não deixemos para amanhã o gesto de carinho e afeto de hoje. Não deixemos para amanhã o bom-dia, o aperto de mão, a parcela de fraternidade e solidariedade ao outro. Isso é a verdadeira felicidade!

quarta-feira, 26 de março de 2008

Ser católico

Um jovem me fez essa pergunta. Disse que há algum tempo está em crise de fé e tem buscado a solução em igrejas evangélicas. Em uma delas, ao se confessar católico, ouviu dizer que a palavra “católico” nem sequer está na Bíblia. Pedi que ele abrisse a sua Bíblia no Evangelho de Mateus, capítulo 28, versículos 18b-20.

“É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”


Você percebeu que fiz questão de colocar em negrito uma palavrinha que aparece de modo insistente no texto: “TODO”. Jesus tem todo o poder; devemos anunciá-Lo a todos os povos, guardar todo o ensinamento d’Ele na certeza de que estará todos os dias conosco. Essa ordem de Cristo foi levada muito a sério pelos discípulos. Em grego a expressão “de acordo com o todo” pode ser traduzida por “Kat-holon”. Daí vem a palavra “católico” (em grego seria: Καθολικός). Ao longo do primeiro e segundo séculos os seguidores de Jesus Cristo começaram a ser reconhecidos como “cristãos” e “católicos”. As duas palavras eram utilizadas indistintamente. Ser católico já significava “ser plenamente cristão”. O Catolicismo, portanto, é o Cristianismo na sua “totalidade”. É a forma mais completa de obedecer ao mandato do Mestre antes de sua volta para o Pai. O mesmo mandato pode ser lido no Evangelho de Marcos 16,15: “Ide e pregai o Evangelho a toda criatura”. Há, portanto, uma catolicidade vertical, que é ter o Cristo todo, ou seja, ser discípulo; e uma catolicidade horizontal, que é levar o Cristo a todos, ou seja, ser missionário. Isso é ser católico: totalmente discípulo, totalmente missionário, totalmente cristão!


Ao que tudo indica o termo “católico” se tornou mais popular a partir de Santo Inácio de Antioquia (discípulo de São João), pelo ano 110 d.C. Pode significar tanto a “universalidade” da Igreja como a sua “autenticidade”. Quase na mesma época, São Policarpo utilizava o termo “católico” também nesses dois sentidos. São Cirilo de Jerusalém (315-386), bispo e doutor da Igreja, dizia: “A Igreja é católica porque está espalhada por todo o mundo; ensina em plenitude toda a doutrina que a humanidade deve conhecer; conduz toda a humanidade à obediência religiosa; é a cura universal para o pecado e possui todas as virtudes” (“Catechesis” 18:23).


Veja que já estão bem claros os dois sentidos de “católico” como “universal e ortodoxo”. Durante mil anos os dois significados estiveram unidos. Mas por volta do ano 1000 aconteceu um grande cisma, que dividiu a Igreja em “Ocidental e Oriental”. A Igreja do Ocidente continuou a ser denominada “católica” e a Igreja do Oriente adotou o adjetivo de “ortodoxa”. Na raiz as duas palavras remetem ao significado original de Igreja: “autêntica”.


A Igreja católica reconhece que cristãos de outras Igrejas podem ter o batismo válido e possuir sementes da verdade em sua fé. Porém, sabe que apenas ela conserva e ensina, sem corrupção, TODA a doutrina apostólica e possui TODOS os meios de salvação.


Devemos viver e promover a sensibilidade ecumênica favorecendo a fraternidade com os irmãos que pensam ou vivem a fé cristã de um modo diferente. Mas isso não significa abrir mão de nossa catolicidade. Quando celebramos a Eucaristia seguimos à risca a ordem do Mestre, que disse: “Fazei isso em memória de mim!” A falta da Eucaristia deixa uma grande lacuna em algumas Igrejas. Um pastor evangélico, certa vez, me disse que gostaria de rezar a Ave-Maria, mas, por ser evangélico, não conseguia. Perguntei por quê? Ele disse que se sentia incomodado toda vez que lia o “Magnificat” em que a Santíssima Virgem proclama: “Todas as gerações me chamarão de bendita” (Lc 1,48)… E se questionava sobre o porquê de sua geração tão evangélica não fazer parte desta geração que proclama Bem-aventurada a Mãe do Salvador!


Realmente, ser católico é ser totalmente cristão

Padre Joãozinho, SCJ
artigos@cancaonova.com

sexta-feira, 14 de março de 2008

Bento XVI alerta jovens para falso «sucesso»

Bento XVI deixou um alerta aos jovens que se reuniram esta Quinta-feira na Basílica de São Pedro, afirmando que por detrás de uma “fachada de sucesso” se esconde, muitas vezes, “uma existência vazia”.
O Papa falava durante a homilia da celebração penitencial a que presidiu, antes de confessar alguns jovens da Diocese de Roma.Lembrando uma reflexão de Pentecostes feita enquanto Arcebispo de Munique, a partir do filme “Seelenwanderung” (Metempsicose), o Papa criticou os que “vendem a alma” para obter riqueza, poder, honra ou reconhecimento, não se importando de procurar o sucesso “sem escrúpulos”.“Aparentemente, o homem não perde nada, mas falta-lhe a alma e sem ela falta tudo”, atirou.Bento XVI falou da “terrível possibilidade de ser desumano, de continuar a ser pessoa vendendo e perdendo, ao mesmo tempo, a própria humanidade”.O Papa destacou a importância da celebração penitencial, do “encontro com uma acontecimento, com uma pessoa”, “que dá à vida um novo horizonte”.“Assim se dá espaço à presença do Espírito Santo em nós, a alma, o respiro vital da vida cristã”, frisou, assegurando que este é um passo para “uma compreensão de Jesus cada vez mais aprofundada e alegre”.Partindo do tema da Jornada Mundial da Juventude que irá ter lugar na cidade australiana de Sidney -"Ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós e sereis minhas testemunhas" -, Bento XVI disse que esse Espírito desce “para perdoar os pecados e renovar-nos interiormente, revestindo-nos de uma força que nos tornará audazes para anunciar que Cristo morreu e ressuscitou”.Depois de ter convidado os jovens a um “sincero exame de consciência” e a “permanecer sempre na estrada da conversão”, para experimentar a “verdadeira alegria”, o Papa alertou que a perda do “sentido do pecado” deriva “da perda mais radical e escondida do sentido de Deus”.Os jovens, frisou, são chamados a “oferecer ao Senhor um ‘sim’ decidido e incondicional”.Na celebração rezou-se por Chiara Lubich, fundadora do Movimento dos Focolares, que se encontra num estado de saúde muito delicado

segunda-feira, 10 de março de 2008

O menino e a coleta

Um amigo me contou que o sobrinho, com nove anos de idade, negou-se a ir à Missa. A avó queria saber o motivo da negativa. O menino explicou: “Não tenho dinheiro para o padre”. A avó ofereceu o dinheirinho para a coleta do padre. E o menino foi feliz à celebração.
O que ela esqueceu foi de explicar ao menino que a coleta não é do padre, mas para cobrir as necessidades da comunidade.
No Domingo de Ramos, a Igreja Católica promove em todas as comunidades uma “Coleta da Solidariedade”. Esta não vai para a caixinha do padre, isto é, não é para a sustentação das atividades internas da Igreja, como a formação de padres, o culto divino, a manutenção da Igreja. Mas vai para as necessidades do povo, da defesa da vida, a promoção humana, as emergências de vária ordem.
Não raro se ouve dizer que “a vida digna” do povo, é papel do Estado. Para isto servem as políticas públicas.
Na verdade, é assim. No entanto, o papa Bento XVI, em sua carta apostólica “Deus é Amor” (Deus caritas est), adverte que a ação do Estado, mesmo com boas políticas públicas, não dispensa a solidariedade da Igreja e nem a caridade individual dos cristãos. Pois o Estado nunca atinge todas as pessoas em todas as suas necessidades.
O Papa explicou que a caridade pertence ao núcleo central do cristianismo, é da essência do Evangelho (nº 22).
Em resumo: “A prática da caridade é um ato da Igreja e assim como o serviço da Palavra e dos sacramentos, ela faz parte da essência da missão originária da Igreja” (nº 32).
As coletas ficam em parte (60%) na própria diocese, para um Fundo Diocesano de Solidariedade e em parte (40%) vão para um Fundo Nacional de Solidariedade.
É preciso lembrar que Jesus fez da caridade para com o próximo o primeiro critério de julgamento: “Vinde, benditos de meu pai! Porque tive fome e me destes de comer, tive sede e me destes de beber, era migrante e me acolhestes, estava nu e me vestistes, estava enfermo e me visitastes, estava encarcerado e me fostes ver” (Mt 25, 34-36).
O tempo da quaresma nos convida à oração, que nos aproxima da vontade de Deus. Convida-nos ao jejum e à penitência, para provocar mudança de vida, a conversão interior. E nos sugere a esmola, como gesto de solidariedade e de amor para com o próximo, em nome de Jesus.

Texto extraído do Boletim Catolicanet
Dom Sinésio Bohn - - 07/03/2008 -